SONETO n.163 


ANJO NEGRO

Exausta... para além da exaustão,
o meu corpo grita um tal cansaço
e é capaz de transmudar em aço
qualquer flor, inda que em botão.

Desfaz-se o diamante em carvão,
penetrando-me em cada espaço,
e eu já nem sei mais o que faço -
se sou nau à deriva, sem direção.

Anseio por um som belo e noturno,
que vença este silêncio tão gritante
e me converta numa luz esfusiante.

Ah! Que morra este meu ser soturno,
o negro anjo de sensações vulcânicas
e renasça em águas azuis e oceânicas!
***
Silvia Regina Costa Lima

20 de outubro de 2010




Obs: Apenas Poesia do eu-lírico.
 
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 30/10/2010
Reeditado em 20/03/2015
Código do texto: T2586724
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.