MEMÓRIAS
Odir, de passagem.
São tantas, resguardadas, as histórias
dos amores sonhados e vividos,
que me enredo no enredo das memórias
para evocar amores esquecidos.
Dos fingidos fugi das trajetórias,
despedi-me de amores despedidos,
e, descrido de imagens ilusórias,
aprimorei dos sonhos os sentidos.
Hoje, à minha memória dou valor.
Faço testes mentais, quando preciso,
pela voz, pelo cheiro, pela cor.
Olho nos olhos, prendo-me ao sorriso,
abraço, beijo a boca e, sendo amor,
guardo o retrato, anoto e memorizo!
JPessoa. 29.10.10