Eu e o Soneto
Em data tida incerta, doce sina,
Vespertina rajada atinge, densa,
Ramagem ressequida e já propensa
Sujeitar–se ao ancinho da capina
No horizonte que encanta e predomina,
Enterrando a apatia e a indiferença,
Descortina inesperada renascença,
Em canteiro que a rima ajardina
Um flerte insinuante então percebo,
De um ser pleno de luz e de harmonia,
Seduzido, quedei-me em sintonia.
Rejeitar esse flerte não concebo,
Já amante da cadencia que extasia,
Dera ater-me ao Soneto noite e dia.