SAUDADES

As pessoas amadas que perdemos

não estão vivas como nós estamos.

Seus corpos nos jazigos os botamos,

mas delas esquecer nunca podemos.

Quando a meditar nós nos colocamos,

o pensamento vai onde estivemos.

Muitas vezes em lágrimas pendemos,

mas com o tempo nós nos afirmamos.

Sabemos que onde andavam não mais andam,

mas nós as vemos andar onde andavam,

por arte das imagens que nos mandam.

Um dia nós também temos partido,

deixando aqui entes que a nós amavam,

e será, então, tudo repetido.

(30-03-1991)

Almir Câmara
Enviado por Almir Câmara em 29/10/2010
Reeditado em 03/11/2010
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