Horas nuas


Através da vidraça vê-se as flores
que balançam, tangidas pela brisa
que, faceira, nas pétalas desliza,
a roubar, para si, os seus olores;

a garoa, que cai e bucoliza
o cenário, repleno de verdores,
acentua seus tons e seus primores
e o canteiro de rosas fertiliza;

e, da janela, vê-se a rosa ao vento,
as folhas mortas que voando vão,
molhadas pelo chuva de verão;

e o céu -  a derramar o pranto lento,
orvalhando jardins, gramados ruas -
torna mais belas essas horas nuas.
 
Brasília, 29 de Outubro de 2010.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 29/10/2010
Reeditado em 17/10/2013
Código do texto: T2585609
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.