Verdes

Lá fora a chuva desaba e vejo nas janelas,

Cristais claros de setembro do céu derramados

Teus olhos verdes Deus fez, pintando as primaveras,

Com aquarela de chuva de pincéis desarmados.

Verdes vivos de dois mundos, vestem verde, vertem vida

Vigorante ver de perto, o verde-mato, ver de novo.

Densas matas fulgurando na floresta da jazida,

Escondendo o tesouro do mais puro verde renovo.

Segunda cor que é a primícia do amálgama da tela

Que estás retratada em tom moreno, musa bela

Janelas de esmeralda, verdes vidros de minério.

Vasto verde de videiras, velam vitupério

Verde vago, voraz, vendaval que vocifera,

Verde vil, ver-te quero, em tons de azul e amarelo.