PREGUIÇA
Não intenciono nada além daqui.
Quero arrastar os dias mansamente
e descansar no vão que construí
assim, de forma lenta e displicente.
Não quero ouvir a voz do pensamento,
esses ruídos muito me afligem.
Não flui em mim o concatenamento,
o meu livro da vida é branco, é virgem.
Amanso manso o manto do descanso,
eu me espreguiço todo em meu descaso,
eu sou flor murcha, o nada do escasso.
Pairando, flutuando em meu remanso,
brinquedo dos caprichos do acaso...
Eu quero adormecer nesse regaço...