A SETE CHAVES
Odir, de passagem


Eu me perco nos poros do presente,
tanto amor porejando à minha volta!
E me sinto a sentir o amor que sente
outro estro, que à musa faz escolta!

Arde também em mim o amor ardente
presente noutro vate. Uma revolta
em meus versos de amor que, num repente,
incita-me, excita e não me solta!

Aprimoro os meus versos, a fazê-los
pecaminosos mais e mais suaves,
a zelarem, pudentes, por teus zelos.

Levitantes e leves como as aves,
volito os versos meus, tentando vê-los
em teu seio guardado a sete chaves!

JPessoa, 28.10.10



oklima
Enviado por oklima em 28/10/2010
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T2583932
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