GENEROSO DECOTE
Não exponha “seu filho” tanto assim.
Ah! Não lhe arranque o véu da castidade
Deixe-o dormir em paz, não o degrade
Como mercadoria em botequim.
Oras! Deixe-o dormir no colo, enfim,
Na mais extrema alvura de saudade.
Procure outro costume que lhe agrade,
Não o ofereça em público festim.
O coitadinho tão ingênuo ainda,
Pálido e trêmulo, na dor infinda,
Já ferido por olhos sensuais!
Guarde-o no colo quente de seu peito.
É mais virtuoso tê-lo com respeito
Sob a blusa instigando a nós mortais!
Salé, 13/12/01, às 08h 25min