CORCEL DA MOCIDADE

Rasga, fogoso, pelo tempo afora,

O rápido corcel da mocidade!

Deixando o rastro apenas – que deplora –

Gravado pelas patas da saudade!

Nem resplendor e tepidez da aurora

Nem o perfume e a flor da virgindade

De uma velhice que tristonha chora,

Conseguem dominar-lhe a liberdade!

Trotando contra tudo já investe!

- Demônio branco – pela adolescência

Arrastando à voragem inconteste!

Vai... Segue loucamente a penitência...

Mas, volta com um ramo de cipreste

Cingir-me no arremate da existência!

Salé, 15/11/1956