ADEUS

Sinto desprender pelos dedos

Os fios tênues desse liame;

Mesmo ao esforço árduo,

Esfacelam os fios do arame.

Sinto escorrer pelas mãos

O sangue desse líquido ralo;

Mesmo tentando estancar

A dureza com que te falo.

Sinto esmorecer pelos laços,

A grandeza de um abraço,

Que a retirada implanta.

Sinto enrijecer pelos nervos,

Aquilo que com esforço ergo,

Tudo que ainda me espanta.

2.010