Louco, eu?
E tudo mais que me trouxesse paz
seria um grão de areia nesse mar
de pensamentos loucos, pois não há
um só minuto em que eu não corra atrás
de uma loucura a mais para provar,
de um gesto irreverente, um simples gesto,
um grito louco, um canto de protesto
ou mesmo alegre dança, solto ao ar.
Eu fujo da mesmice, da modorra,
onde eu me prostro, sem saber por quê,
buscando luz em uma sala escura.
Eu quero muito mais: eu quero pôr
razão na minha vida, e - quer saber? -
não fiz economia de loucura.