Soneto ao meu amor
UM DIA EU AMEI...
Não sei de quê possuí-me naquele momento
Nem de onde veio aquela força sem medidas:
Assim caí eu num fundo de esquecimento
Que me levou sem resistência ao covil das imas.
Pude ouvir lamentos no cantar da alma
E como que poesias me possuíram o corpo frio:
Então entreguei meu ser ao pecado de quem ama
E amei como o maior pecador que a Deus traiu.
E AINDA AMO...
Não sei quem está em mim, se homem ou possuído,
Nem se ainda sei o que é lutar contra mim
Ou se ainda sei que nunca fui parte do esquecido.
E ainda ouço o cantar distante da alma perdida
Que um dia fugiu para sua amada poesia
E não mais regressou a Deus ou à cela da vida.