PARADOXO
Odir, de passagem
Eis-me em cima do muro, a tanta intriga
dos que fazem da farsa um dom fecundo!
Em meio às mutações de tanta briga,
parei meu passo e me guardei do mundo.
A corrupção da corrupção amiga.
Das podridões o poço assaz profundo!
O castigo do céu, que não castiga
a quem faz do poder um pasto imundo!
A miséria, proveito dos tiranos,
a lhes servir de apoio eleitoral
trocado por nonada há muitos anos!
Olvidando o poder intemporal,
o homem suga o senso dos humanos
e os deixa dúbios entre o bem e o mal!
Desilusões, desditas, desenganos,
o mundo se anuncia no final!
JPessoa, 25.10.10