Lua nova

Um dia fui a lua, em tua noite escura,
luzente lua cheia, intensa, purpurina,
e, tendo-te ao meu lado - estrela matutina-
senti, no peito, paz, nas fendas de ternura;
 
e já esgarcei, do manto azul, o véu, cortina,
com feixes  cor de prata e sedas de candura,
e , mergulhei em ti,  com tal ardor, loucura
que conheci, do afeto, a luz maior, divina.
 
O teu amor se foi, e nada mais restou,
no céu escuro andejo, e sigo  a te buscar,
sentindo-me um farrapo, a vida por um triz.
 
Agora não me  vês, a lua nova sou,
na tua noite anil, sem lume, sem luar,
mas tu estás aqui, nos versos que te fiz.
 
Brasília, 25 de Outubro de 2010.

Seivas d'alma, pág. 35

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 25/10/2010
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T2577537
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