A ESPERANÇA
Homem não mate a afável esperança
Que ao coração do pobre sempre traz
Todo o incentivo e bem-aventurança
No ninho ingênuo de alegria e paz!
Não arranque da plebe essa confiança
De áureos dias que sempre a satisfaz!
Não sopre a vela que clareia e amansa
A fera enorme no covil mordaz!
A esperança é a bandeira que flutua
Sobre as frontes febris, ensangüentadas,
Balsamisando-as, desfraldada e nua.
É o sol que brilha nas manhãs geladas!
É o pão da alma! O fruto da charrua!
A voz dos céus, nas noites estreladas!
Jan/2002