O ANCIÃO

É bem difícil ver o ancião sorrir.

A ele toca, qual triste solitário,

Necrose de órgãos, cheiro de porvir,

Hora do adeus e a roupa do sudário.

Ele é uma criatura a se esvair

Sem homenagens nem um comentário.

Uma luz que se apaga, um tal sentir

Que não se sente mais extraordinário.

Ele não quer mais carros e riqueza,

Muito dinheiro, posição grandeza,

Sua vaidade aos poucos feneceu.

Ele só espera – se possível for -,

Um pouco de carinho, paz e amor,

Porque, afinal, esse ancião... Sou eu!...

Salé, 01/09/03, às 10h 54min