SONETO EM ALLEGRETTO

Num rescaldo de poesia palpitei um vão soneto,

E num lapso de endereço...caminhei nubladas trilhas!

Duas quadras, dois tercetos, dei-lhe um ritmo em allegretto

E segui semitonando, vagos versos...duras rimas.

Sincopei nas rudes horas a cada cinza de poesia

Que encontrei carbonizada, castigada, pelo avesso...

Repintei-lhe em versos brancos e ao que já não existia,

Pelos vãos das cinco linhas, harmonizei só adereços.

Solfejei entre o batuque dum coração acelerado...

Versos pobres-ritmados!-na clave posta em sol maior,

Pentagrama rearranjado com sonhos semitonados

Numa doce partitura, que soou ao derredor...

Alquimia e fantasia! minha efêmera sinfonia,

Rimas soltas à ventania!-dos sonetos, o meu pior.