O COVEIRO DO SÃO SEBASTIÃO

O homem se vê só, animal racional

sobre uma caixa funesta, transpira loucura

é intuitiva, num sonho descobre a razão

e num instante ri da verdade.

Um futuro inóspito, dita as regras

pra sub-existir ao caos do mundo cão,

mesmo trancado sem mover um só dedão,

os meus pensamentos, nem isso me rouba o caixão.

O capitalismo sobre salta a idéia

de descansar em paz. pois pagam o lugar

para me conter.

O fim inevitável da matéria fria

na lápide de cimento pobre traçado

pelo coveiro do cemitério são sebastião.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 23/10/2010
Reeditado em 23/10/2010
Código do texto: T2574156
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