O COVEIRO DO SÃO SEBASTIÃO
O homem se vê só, animal racional
sobre uma caixa funesta, transpira loucura
é intuitiva, num sonho descobre a razão
e num instante ri da verdade.
Um futuro inóspito, dita as regras
pra sub-existir ao caos do mundo cão,
mesmo trancado sem mover um só dedão,
os meus pensamentos, nem isso me rouba o caixão.
O capitalismo sobre salta a idéia
de descansar em paz. pois pagam o lugar
para me conter.
O fim inevitável da matéria fria
na lápide de cimento pobre traçado
pelo coveiro do cemitério são sebastião.