Águas da Ilusão

No leito da dor que me banhava

Nadei contra a corrente do sofrimento

Agarrei-me a coragem que me restava

Antes de chegar à foz, derradeiro momento

O rio de culpas que me espreitava

Tortura sorrindo, como a contento

Afogar-me no mar seu intento

Oceano de dores que me afogava

No abismo obscuro em que eu caía

Redemoinho de ilusões que me engolia

Águas revoltas, maré sem direção

Perdi-me em alto-mar, voraz vazio

Navegante só, neste infinito sombrio

Barco à deriva, o meu coração

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