No Canto da Tua Dor

No canto que se faz da tua dor 
Horror que o pranto é sua saída, 
Ainda não olhou ao redor o rico amor 
Cultor que ofuscas presente a tua partida. 

Compadecida não igualas a tal flor, 
Sempre dói mais teu sentimento estarrecido! 
Embrutecido aos outros faz-me desertor; 
Rubor no amor ora que enternecido! 

Reduzido a lágrimas florescer em incolor 
Semeias ódio enquanto dão-te dorido 
Palavras a que entenda luz de um amor. 

Ao temor fugitivo se faz e faz-se ouvida; 
Das palavras que entendo sem supor… 
Casca de ferida ignorando o meu valor
!

Barrinha,23 de outubro de 2010 – 2,27

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antonioisraelbruno
Enviado por antonioisraelbruno em 23/10/2010
Reeditado em 20/10/2017
Código do texto: T2573215
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