A CHUVA

A chuva vem de mansinho massagear minha janela,

Tão fina e delicada, eu me perco olhando para ela.

No meu rosto chego a sentir seus pingos,

E imagino o cheiro de mato molhado.

E fico algum tempo ali vendo a chuva correr,

Mil pensamentos a me percorrer,

Minha infância, minhas alegrias e tristezas,

Como se a chuva me trouxesse uma leveza.

O barulho da chuva meus sonhos vem embalar

Lembro daquela criança... Das cantigas de ninar,

Ah! Se eu pudesse voltar.

De repente a chuva para!

Como se a natureza me quisesse retornar.

Abre o sol! Aparece um arco-íris de beleza rara.

Iracema Patrício