ENQUANTO...
Odir, de passagem
Enquanto rondo as rugas do meu rosto,
enquanto o feio creio ser bonito,
enquanto à vida vou perdendo o gosto,
enquanto mais me sinto um ser aflito;
Enquanto alcanço as sombras do sol posto,
enquanto penso o verso e esqueço o escrito,
enquanto adentro as dunas do desgosto,
enquanto me entristeço e me contrito!
Enquanto sonho sem saber com quem,
enquanto sofro sem saber por quê,
enquanto eu quero e não me querem bem;
Enquanto noto que ninguém me vê,
enquanto vejo que não vem ninguém,
enquanto arranjo rosas pra você!
JPessoa, 22.10.10