O POETA E O AMOR
Odir, de passagem
Os poetas dos sonhos são cantores,
compulsando os sentidos da ilusão,
nas andanças nos céus de seus amores,
nos caprichos plurais do coração.
O poeta desflora e flora flores
juntadas nos jardins da imensidão,
prova os perfumes, muda-lhes as cores
e delas faz ditames de paixão.
Às vezes, de uma flor muda o encanto,
cedendo formas a um botão qualquer,
pra nascer talismã de algum quebranto.
Ou se põe a pedir ao mal-me-quer
pelo amor da mulher que ama tanto,
pelo tanto que ama uma mulher!
JPessoa, 22.10.10