O MEU PASSADO
Ao ler do passado as minhas poesias
Escravo da insônia - inimiga dos poetas -,
Revolvi as cinzas de amores e orgias
Soltando os fantasmas das paixões secretas.
Ah! Quantos amores! Quantas alegrias!
Amores felizes e paixões seletas,
Tantas amizades, tantas simpatias,
Que nos deram dores terríveis, discretas!
Ficaram chumbados no esquecimento
Para não magoarem nem o pensamento
Neste meu crepúsculo de pobre vida.
Mas ficarei contente de ora em diante
Guardando meus livros na silente estante
Como testemunho de vivência ungida.
Salé, 17/10/1110, às 02h 12min