Diálogo insano

A minha sombra está de mim distante,
perdida nos mil véus de meu passado,
sozinha vai, ao léu, tristonha e errante,
já nem consegue andar comigo ao lado.
 
Oh! Sombra minha, pobre agonizante,
o meu viver é triste e desolado,
meu ser também está demais cansado,
de andarilhar sem paz, sempre inconstante.
 
Mas tu não podes, não, me abandonar,
não podes ir sem mim, liberta e nua,
e juntas seguiremos sempre assim.
 
Será que tu não queres meu lugar?
E seguiria sendo a sombra tua,
até que a morte, a tudo, ponha fim.
 
Brasília, 21 de Outubro de 2010.

Seivas d'alma, p. 20
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 21/10/2010
Reeditado em 15/08/2020
Código do texto: T2570687
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