QUIÇÁ NUM NOVO DIA
QUIÇÁ NUM NOVO DIA
A lua está triste e tristemente me espia
na aurora túmida de prosaísmo estulto
previne-me o palor do seu olhar adulto
porque vê no meu corpo minha alma vazia.
Ao pé da estrada estou qual asqueroso vulto
nessa madrugada silente, escura e fria.
De cócoras sob o véu da melancolia.
Dantesca é a tristeza a que dou sonoro culto.
Alta noite. Brisa com sabor de bonança;
grilos cricrilam; carruagens d’esperança,
de tão remota, não se lhe ouve o tropel.
Aves noturnas pipilam seu triste canto
e a fada do sono enxuga dorido pranto.
Adormece a dor em sua alcova de fel.
Inspiração: felicidade dos personagens
Solano e Manu, na novela “ARAGUAIA”,
brincando entre girassóis,
que não tive e nunca terei.