:::

:::

 
Ando arfante em busca de uma transformação radical
de um aerólito contendo ferro, níquel e fogo no vestuário
e parto para compor como seria essa fuga colossal
em rastro vermelho áspero de fina areia brilhante e bário
 
 
a fugir de uma explosão porque sempre esteve silencioso
a descambar sem freio, sem barreiras , sem contenção
rodopiando em nebulosas deixo-me ir incrédulo, medroso
ao meu lugar inóspito, solitário, onde jamais me encontrarão
 
 
milhares de sinos escandalosos em catedrais do todo o mundo
anunciarão a descida avistada em Kaaba, Java ou Groelândia
mas em nenhum desses estaria eu  quente e negro repousando
 
repicar de pêndulos, piar de sábias corujas, grito no parto fecundo
nem o estranho balançar de côndrulos em crateras na Talândia
nada levaria à forma arredondada no labirinto de Netuno afundando