A POBRE
Sentada na calçada a pobre estava
Mimando seu filhinho que dormia.
Seu pensamento ao céu – talvez – alçava
Nesse instante de tédio e de agonia.
No peito, o coração talvez sonhava
Com palácios , riquezas e alegria,
Nos braços, o filhinho que acordava,
Ao seio carinhosa ela o trazia.
Nesse instante meu ser já divagou,
O mundo percorreu, depois voltou
Açoitado no imenso burburinho...
Notei com grande laivo de tristeza
Que, ao redor, todos riam com surpresa,
Da pobre a amamentar o seu filhinho!...
Salé, jan/2002