Nossa Dor
Enquanto ela chorava a noite inteira
Desejando de mim sublime amor,
A volúpia do afago abrasador,
carícia que lhe fosse lisonjeira...
Eu dormia qual fria geladeira
Escondendo no peito a minha dor,
Amargura pretérita e o rancor
Que varreu a minha alma verdadeira.
Chegando ao galarim da dor suprema
Me largou sem troféu, sem diadema,
Vivendo a morbidez de uma sequela.
Na tolice da insana solidão
Reconheço o meu erro desde, então,
Que esta dor nunca foi por culpa dela.
20/10/2010 2h56