Nossa Dor

Enquanto ela chorava a noite inteira

Desejando de mim sublime amor,

A volúpia do afago abrasador,

carícia que lhe fosse lisonjeira...

Eu dormia qual fria geladeira

Escondendo no peito a minha dor,

Amargura pretérita e o rancor

Que varreu a minha alma verdadeira.

Chegando ao galarim da dor suprema

Me largou sem troféu, sem diadema,

Vivendo a morbidez de uma sequela.

Na tolice da insana solidão

Reconheço o meu erro desde, então,

Que esta dor nunca foi por culpa dela.

20/10/2010 2h56

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 20/10/2010
Reeditado em 08/11/2010
Código do texto: T2567265
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