SONETO DERRADEIRO

Cedo toda a minha tristeza ao canto enfim,

Neste soneto a penas e dores cerzido

Que no último ponto arrematou em mim

A sentença bruta dum grande amor vivido.

Em meu peito cravou a sua espada finda

Dilacerando o amor sublime e incontido

Amor que eu trazia intenso e ardente ainda

Que lado a lado foi ao tempo construído.

Qual horizonte mostrará aonde eu ir

Se nos raios do sol ainda a vejo vir

E às noites eu rememoro o tempo ido?

Tão silente eu vou e à solidão me empresto

Com a permissão de amiudar-me em restos

Posta a vida inapta que não me dá sentido.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 19/10/2010
Código do texto: T2566189