LUTO
Odir, de passagem


Claro na noite, em noite escura, penso
no que foi do que fiz errado e certo,
no festivo das horas, no deserto
da minha vida - que se fez imenso.

Penso no pranto e no sorriso apenso
à boca que se cala ao peito aberto
e não responde à dor de amor incerto
que me levou a paz, roubou-me o senso.

Claro na noite, o vento devoluto
fala a fala que cala a lucidez,
supliciando a voz que, à sós, escuto.

Então, em desvario absoluto,
ao ouvir sua voz, mais uma vez,
reflito a noite e visto-me de luto!


oklima
Enviado por oklima em 19/10/2010
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T2565839
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