O Coração e a Mente
Relaxo quando deito, docemente,
E sinto este peito, sempre arfante,
A agir como um letal calmante,
Conversando e indagando a minha mente:
"Não vês tu que o que almejo é envolvente?
Não te preocupas: sei ser sóbrio amante.
Sei que tu te inquietas, mas, adiante,
Hás de ver que assim foi melhor pra gente."
Mas, aí, eis que a Mente responde:
"Coração, como podes ter certeza
Que não estás a entrar n'outra cilada?"
"Ah, Mente! Não sei quando, e nem sei onde,
Mas nunca antes senti tanta pureza
Ao dizer que esta paixão é a mais danada!"