O Coração e a Mente

Relaxo quando deito, docemente,

E sinto este peito, sempre arfante,

A agir como um letal calmante,

Conversando e indagando a minha mente:

"Não vês tu que o que almejo é envolvente?

Não te preocupas: sei ser sóbrio amante.

Sei que tu te inquietas, mas, adiante,

Hás de ver que assim foi melhor pra gente."

Mas, aí, eis que a Mente responde:

"Coração, como podes ter certeza

Que não estás a entrar n'outra cilada?"

"Ah, Mente! Não sei quando, e nem sei onde,

Mas nunca antes senti tanta pureza

Ao dizer que esta paixão é a mais danada!"

Preto
Enviado por Preto em 19/10/2010
Código do texto: T2565371
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