A TARDE NO SERTÃO

Como é bonita a tarde no sertão!

Que poético o baque da cancela

A quebrar a harmonia tão singela

Do silêncio, nessa hora de oração!

Na soleira da porta, o violão

Nos braços, tristonho, se acautela

Do pobre sertanejo de alma bela

E ponteia uma lânguida canção!

As aves procurando uma pousada

No bom jequitibá da encruzilhada,

Cantam o fim da tarde em sinfonia.

E a tarde moribunda, sem um grito,

Vai repousar nas barras do infinito

Pra voltar – tão linda – no outro dia!

Salé,