Quatro Sonetos Em Barbara

I

Por hoje foste a amar,

Amanhã já serás em mim amor eterno

Chama que não cessa

Em brasa destes beijos carnais

Pelo tempo serás minha carne

E para o sempre serás minha alma

Meu contentamento e minha vida,

Eterna em mim serás.

Infinita sejam tuas mãos

A me guiarem pelos vales

Que hão de serem os do amor

Porque juntos, somos o céu

Fragmentos de gêmeas almas

Entornando a treva para nos ver passar.

II

Dar-te-ei soluçõs silenciosos

Para que bebas minha boca

E os vege afogarem-se de amor

Junto seus desejos.

Dar-te-ei frios românticos

Para que recorras a meu cobertor de pele

E sintasse em calor húmido

Como bebes minha boca de sede.

Dar-te-ei o medo inocênte

Para que repouse a meus braços

E os tome como seus.

E dar-te-ei minha alma apaixonada

Para que sintas o eterno sentimento

De amar como contigo sinto o amor.

III

Meu conselho a ti é por amar-te

E porque te amo lhe beijo

A fechar-te a vida

E ir viver teu sonho.

Se em horas foste o tempo

Não envelheça tua memória romântica

Pondo-a na treva obscura

Da saudade que passa e vestígios tormenta.

Veja amada, por amor simples

Tens as estrelas da noite

A guiarem teus olhos ao brilho.

Por amor rico

Tens a casa infiltrada e vazia

A desabar-te as lembranças e sonhos de amar...

IV

Barbara - íntima alma a perder-se em mim

Busco-te nos diamantes das horas

Mas inútil procurar-te, demoras

Voas em pegadas perdidas assim

Sob o oculto da tua ausência

Onde guardas lembranças de amor presente?

Não as acho... Já findo ao contente

E saudades bóiam das lágrimas em evidência

Mas não estás para guardá-las em ti

E socorrê-las ao mel do teu imo

Que extravasa deste amar que vivi

E que há muito guardo ao peito intimo

Sempre buscando-te em carne, à recordar

Que como lhe amei jamais retornarei a amar.

Gabriel Alcaia
Enviado por Gabriel Alcaia em 17/10/2010
Reeditado em 17/10/2010
Código do texto: T2562555
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