A ESPERANÇA

Homem não mate a afável esperança

Que ao coração do pobre sempre traz

Todo o incentivo e bem-aventurança

No ninho ingênuo de alegria e paz!

Não arranque da plebe essa confiança

De áureos dias que sempre a satisfaz!

Não sopre a vela que clareia e amansa

A fera enorme no covil mordaz!

A esperança é a bandeira que flutua

Sobre as frontes febris, ensangüentadas,

Balsamizando-as, desfraldada e nua.

É o sol que brilha nas manhãs geladas!

É o pão da alma! O proveito da charrua!

É a voz dos céus, nas noites estreladas!

Salé,