A ESPERANÇA DO POETA
Quando ao chão cair a folha amarelada
Da árvore, morrendo no inverno profano,
E a nuvem, no céu, fantasmagorizada,
Lançando terror ao pobre ser humano...
O frio cortante massacrando a fada
No arminho sagrado do terceiro plano...
E tu retornares, triste e desprezada
Ao trono das musas, a chorar de engano...
Hás de me encontrar sozinho e sem vaidade,
Mas, cheio de sonhos, de dor e saudade,
Sem poder voar aos céus da fantasia.
Então nós dois: musa e poeta, libertos,
Longe da aridez dos humanos desertos,
Voaremos juntos aos céus da alegria.
Salé,