Soneto à Traição
“Quem vem lá?” – Sou eu, respondo,
E o coração baixa as armas e descansa;
Deixa o escudo, a espada, a lança;
Não se esconde mais, também já não me escondo.
“Que desejas?” – Conversar contigo!- e, supondo
Que eu esteja desarmado, confiante, ele avança...
Olho-o; vejo-o em sua ingenuidade de criança
E desisto do fim que estou propondo.
- De nada adianta este combate;
Não vou tripudiar sobre o vencido,
Não tem graça bater em quem não bate!...
(Minhas armas, então, ponho de lado
e, mal viro às costas pro bandido,
me apunhala outra vez o desgraçado!)