UM HOMEM
Sentado à beira do caminho, triste,
Vencido em quase todas as batalhas,
Tendo por companheiros os canalhas,
A tudo – Ainda assim – ele resiste.
O sol a pino queima-lhe o semblante.
Os cães que passam, vêm lamber-lhe as chagas...
O pranto desce em tormentosas bagas,
Mas... Ele continua ali, constante.
Os que passam perguntam: “ É um guerreiro?”
- “É um santo em posição de amor profundo?”
- “É um herói?” – Operário? – “Forasteiro”?
Não! Esse homem que assombra e abala o mundo,
À beira do caminho, o dia inteiro...
É um infeliz, um reles vagabundo!!!
Salé, 06/12/01, às 09h 08min