O GAROTO
“Roda o pião”, gritava a garotada,
“Vamos, mais força, mais e mais, sem medo”.
E o petiz instigado em seu brinquedo,
Obedecia co’a alma atormentada.
Era uma pobre vítima... Arremedo
De humano, na cegueira aprisionada,
Com a perna direita atrofiada,
Um destino cruel, feroz e azedo.
Mas, ninguém reparava esses defeitos.
Procuravam sanar os seus efeitos
No aconchego de amor e de alegria.
No entanto, sem maquiagem e sem verniz
Esse garoto – ao certo – era feliz
Num exemplo de garra e simpatia!
Salé, 08/12/01, às 08h