VOANDO VERSOS
Odir, de passagem
Mais um amor perdido, que atribuo
aos passos que não param. Vão passando!
Deixo que passem. Paro, e me habituo
aos amores que passam sempre em bando.
Castigam meu querer, mas não recuo,
uma nova querência eis-me buscando!
Esperança e adeus! Um dúbio duo
que me estimula a prosseguir sonhando...
O dom de ser amado não possuo.
Tento tê-lo nos versos, vez em quando,
de vez em quando à espera continuo.
E quando passa quem pensei amando,
amargo mágoas, que ao soneto incluo,
e nos versos de amor sigo voando!
JPessoa, 14.10.10