A MESA

(Era uma mesa de vidro que meu neto, o Raí, quebrou ao entrar por baixo e levantar-se; minha querida Nora ficou triste e começou a chorar, sem parar. Após ler este poema conformou-se. Hoje ela tem condições de comprar 10 mesas iguais.).

Não te magoes pela rica mesa

- De muito luxo ou tanta estimação –

Que foi danificada, com certeza,

Pela doce inocência do “Gordão!”

Na vida, sempre a esplêndida grandeza

Está em renunciar, sem restrição,

A tudo que estimamos, em defesa

Do bem que habita o nosso coração!

Outras mesas virão, luxuosas, belas.

- Ou ainda que simples, bem singelas -,

Cheias de sentimentos de valor!

E, mesmo que se quebrem outras vezes,

Não te lastimes, tal como os burgueses...

O bem que não se quebra é só o amor!...

Salé, 09/04/00, às 22h35min