VERSOS EM AGONIA!
Sem que eu notasse dissipou-se a magia
Que há muito tempo foi parte de minha vida
E minha alma de poeta, arrefecida,
Chorou a perda dos versos, em agonia!
Eis que a dita inspiração, já combalida,
Perdeu-se em meio a provável rebeldia
Em versos moucos, transformou-se a poesia,
E de tristeza, cruelmente, acometida.
Chorei o tempo perdido entre meus dedos,
Busquei a porta que me fosse a saída,
Impondo-me a pena de atroz degredo.
Talvez (quem sabe), mergulhando em outras vagas,
Eu possa, enfim, vencer as violentas fragas,
Modificando, desta fábula, o enredo.
(Milla Pereira)