DRAMA ANTIGO
A rosa foi beijada pelo vento
Numa tarde formosa de verão,
E a volúpia de puro sentimento
Dobrou-lhe a majestade até ao chão.
Depois... Murchas as pétalas, momento
De soluço e de pranto, sem ação,
Vai perdendo a beleza e o doce alento,
A rainha das flores... Morre então!
E o vento continua, vai passando
A machucar a graça do vergel
Sem dar conta que embora humilde e brando,
Leva consigo a morte mais cruel.
Pensando bem... Conheço alguém, nefando,
Pior que o vento – humana cascavel!
Salé, 2002