SENTIDOS
Eu fui a canção que embalou seus sonhos,
quando em seu sangue ainda borbulhava o amor,
eu fui, nas noites frias, o seu cobertor,
seus risos, seus dengos, um amor sem tamanho!...
Eu sou hoje, o tempo passado, perdido,
sem metas, jogado na lama tal qual um lenço,
cujas marcas de lágrimas revelam quão imenso,
foi o amor que por você havia sentido!...
Ausente como um segredo corrompido,
agora cada vez mais longe, tu te encontras,
abriste o jogo, num pretexto vil, estúpido,
me deixou vazio olhando o mais profundo do nada,
num adeus travestido de tempo lançado à sorte,
deixaste expostos à morte todos os meus sentidos!...