O ANACORETA
Noutra quadra da vida estou vivendo
Longe das convenções, longe do mundo.
Sou dos versos um reles reverendo
Na intimidade de um viver fecundo.
Sempre ligado ao ideal tremendo
De amar a quem não me ama.mas, oriundo
Das paixões, do impossível estupendo...
E assim basta-me crer no amor profundo.
Um modesto sorriso, um ar de graça,
Enchem-me a alma solitária e escassa
Perdida em fantasia de um cometa.
Sonho acordado, longe do social.
Quando apareço, dizem: - Afinal,
Olhem! Ali está o anacoreta!
Salé, 05/05/03, às 06h 05min