MISTÉRIOS

Não sei de onde eu vim e não sei para aonde vou.

Não sei se o céu que existe tem pontos extremos.

Não sei como nasceu o universo que temos.

Dizem os que têm fé: - Foi Deus quem o criou.

Sendo assim, de onde veio Deus quando o formou?

Eis aí outro grande mistério que vemos.

Sinto-me em alto mar num bote sem os remos.

Um ponto de infinito peso pipocou

e se expandiu, nos dizem muitos bons cientistas,

constituindo esta imensidão, este universo.

De um ponto sai a imensidão, o seu inverso.

E o mistério de Deus, o grande recordista?...

Nada sei. Os mistérios deixo por aí

e eu , estando em gaiola, vou ficando aqui.

(29/04/2005)

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NOTA: No último verso, quando falo “estando em gaiola”, tento dar várias versões: preso na ignorância; privado do conhecimento; etc...; e finalmente, limitado à quantidade de versos do soneto que é considerado a Gaiola de Ouro da Poesia.

Almir Câmara
Enviado por Almir Câmara em 09/10/2010
Reeditado em 13/02/2011
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