MAR DAS ILUSÕES
Odir, de passagem
Saudade não tem cor, mas tem o cheiro
que vem no vento e adentra-se à lembrança,
sondando o sonho que o poeta alcança,
porejando poesias por inteiro!
A saudade é mistério de um mosteiro
onde, em silêncio, a solidão descansa
o início e o fim de uma esperança,
desde o desdouro do adeus primeiro.
Nos dramas passionais, no amor, quem há de
resistir aos reclamos das paixões
restadas da mentira ou da verdade?
Ao me distar dos rumos das razões,
sujeito-me aos sentidos de saudade
e me perco no mar das ilusões!
JPessoa, 09.10.10