NOITE ESCURA

Sangra a noite escura desdentada
O uivo febril e dorido da irmã morte
Que chega encurralada e desatinada,
Arrastando o sopro daquele consorte.
 
A hora vaga, ingrata já assinalada
As mãos frias de um sujeito forte
Postas juntas em posição cuidada
Fechando o ciclo em fino porte.
 
Guia, esguia, em negritude véu,
Vai à dama ao lado do esquife
Por o corpo inerte no mausoléu.
 
Olhando assim não sofre mais
Os sonhos terrenos se findaram
A carne deixou o espírito em paz.
 


Vania Morais
Enviado por Vania Morais em 08/10/2010
Código do texto: T2545866
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