Soneto da Saudade da Infância

Era tudo mais belo em minha infância,

Pois os meus olhos viam a pureza,

Sinceridade em tudo, paz, certeza

Que os amigos seriam minha estância.

A alegria, as quimeras, a fragrância

Da inocência tão cândida em leveza...

Não tinha ansiedade, nem vileza,

Porque o medo jamais teve constância.

Hoje o medo de gente toma conta,

Porque sei que não sou uma criança

E a tristeza me faz sem equidade.

Quando olho o meu pregresso sinto a afronta

Já que tudo morreu e hoje é lembrança

Desse tempo em que eu morro de saudade!

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 07/10/2010
Reeditado em 23/10/2020
Código do texto: T2543960
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