Soneto da Saudade da Infância
Era tudo mais belo em minha infância,
Pois os meus olhos viam a pureza,
Sinceridade em tudo, paz, certeza
Que os amigos seriam minha estância.
A alegria, as quimeras, a fragrância
Da inocência tão cândida em leveza...
Não tinha ansiedade, nem vileza,
Porque o medo jamais teve constância.
Hoje o medo de gente toma conta,
Porque sei que não sou uma criança
E a tristeza me faz sem equidade.
Quando olho o meu pregresso sinto a afronta
Já que tudo morreu e hoje é lembrança
Desse tempo em que eu morro de saudade!